Nos dois últimos períodos de invernos quando ocorreu grande volume de precipitações pluviométricas muito acima da média, pode ter ocorrido esse episódio de apagamento das pegadas pela erosão, haja vista que as águas pluviais ao transportar cascalhos, estes atuam como lixas sobre as rochas sedimentares onde existiam as pegadas.
Geralmente são rochas frágeis formadas de arenitos finos que não suportam por muito tempo esse tipo de atrito sem sofrerem deteriorações.
Se muito antes desse episódio (erosão) houvessem sido construídas barreiras artificiais para desviarem o transporte de cascalhos sobre as rochas, certamente as pegadas não teriam desaparecido.
O intrigante é que mesmo aquelas pegadas que estavam fora de leitos de rios, riachos e córregos também foram destruídas pela erosão a exemplo dos sítios Paraíso (Sousa) e Engenho Novo (S. João do Rio do Peixe).
Quando Giuseppe Leonardi catalogou as pegadas do Engenho Novo, pela quantidade que existia, elaborou um projeto para que ali fosse construído um parque já que se tratava de um dos sítios mais importantes do Vale dos Dinossauros. Mas hoje a situação é bastante diferente da encontrada por G. Leonardi. São poucas as pegadas que restaram pela erosão. E para piorar, uma casa foi erguida sobre a rocha sedimentar onde existiam pegadas de dinossauros saurópodes, principalmente.
“O atual estado de abandono do Parque Natural Vale dos Dinossauros vem sendo alvo de grupos de trabalho e audiências convocadas pelo Ministério Público Federal. A sociedade está sendo mobilizada para proteger este importante patrimônio científico que abrange toda a região da Bacia do Rio do Peixe”.
“A realização de palestras envolvendo universidades, órgãos como o IPHAEP, DNPM, IPHAN, Sudema e ampla divulgação na imprensa, são outras ações a serem desenvolvidas. A criação de roteiros de turismo ecológico e científico pode criar sustentabilidade a estas ações de proteção”.
“O poder público municipal deve se fazer presente nos grupos de trabalho existentes e identificar meios de captar recursos e realizar parcerias para viabilizar as ações necessárias”.
“Quatro sítios no município de Sousa precisam de ações emergenciais: o Matadouro, que foi soterrado por entulhos. O Serrote dos Letreiros, que necessita de proteção devido ao seu abandono. O sitio Floresta dos Borbas, onde uma estrada passa sobre pegadas devendo ser desviada e a Passagem das Pedras (Ilha) que já está sendo alvo da ação articulada de diversas instituições”.
Pegadas já foram destruídas pela erosão
Enquanto as ações que objetivam preservar as pegadas dos dinossauros ainda não aconteceram, o Vale já pode ter debitado no seu patrimônio treze sítios onde as pegadas foram destruídas:
1. – Barragem de Domício
2. – Juazeirinho
3. – Poço da Volta
4. – Zoador
5. – Aroeira
6. – Cabra Assada
7. – Umari
8. – Alto do Seixo
9. – Pedregulho
10. - Piedade
11. - Curral Velho
12. - Caboge
13. - Paraíso.
Luiz Carlos S Gomes
Texto/foto
Fonte: Folha do Sertao
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